domingo, 30 de janeiro de 2011

Mudanças no MEC

O MEC  (Ministério da Educação) está passando por reestruturação.  A reformulação propõe a criação de duas secretarias: uma de relação institucional com as redes estaduais e municipais de ensino e outra de regulação do ensino superior da rede privada.

Ao criar uma seção para controlar a abertura e fechamento de cursos superiores, o trabalho da SES (secretaria de Ensino Superior) fica concentrado na expansão e ampliação da rede federal de ensino, cujo principal projeto é o Reuni (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais).
A Secretaria de Integração com Estados e Municípios ficará responsável pela articulação das políticas federais com as redes municipais e estaduais.

Conforme o UOL apurou, ha três linhas prioritárias que vão nortear as ações do MEC nesta gestão. São elas: o ensino médio, que deve ganhar um projeto de ensino profissionalizante complementar, a valorização da carreira dos professores e a educação no campo. 

Na reforma, o MEC também extingue dois departamentos: a Seed (Secretaria de Educação a Distância) e a Seesp (Secretaria de Educação Especial). Os maiores projetos da Seed  - a UAB  (Universidade Aberta do Brasil) e o UCA  (Um Computador por Aluno) serão realocados para a Capes  (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e para o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), respectivamente. A atuação da Seesp será absorvida pela Secad (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade).

Por meio de nota, o ministro Fernando Haddad confirmou, no dia 18/01/2011, os nomes da sua equipe no MEC (Ministério da Educação) na gestão Dilma Rousseff.

Confira:

INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira):  Malvina Tuttman, ex-reitora da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)

Sesu  (Secretaria da Ensino Superior): Luiz Cláudio Costa, ex-reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa)

Secretaria de Regulação dos cursos superiores (nova secretaria): Luiz Fernando Massoneto, professor da USP (Universidade de São Paulo)

Secretaria de Relações Institucionais com Estados e municípios (nova secretaria): Carlos Abicalil, ex-deputado pelo PT-MT

Secad (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade): Cláudia Dutra, ex-secretária de Educação Especial

SEB (Secretaria de Educação Básica): Maria do Pilar Lacerda se mantem no cargo

Setec  (Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica): Eliezer Pacheco se mantém no cargo

Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior): Jorge Guimarães se mantém no cargo

FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação): Daniel Balaban permanece na presidência

Secretaria-executiva do MEC, fica José Henrique Paim Fernandes.



domingo, 23 de janeiro de 2011

AÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA BIBLIOTECA VIRTUAL*

*Texto adaptado do Relato de experiência do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP
Rosaly Favero Krzyzanowski – Diretora do Departamento Técnico do SIBi/USP. (Versão adaptada de trabalho em publicação na Ciência da Informação, v.26, n. 1, 1997.) 


Introdução 

      O fantástico desenvolvimento das novas tecnologias, nas últimas décadas, vem afetando todos os setores da atividade humana, proporcionando maior agilidade de comunicação, reduzindo esforços nas rotinas diárias, implementando a precisão dos resultados obtidos e, sobretudo, ampliando as possibilidades de acesso à informação em todo o mundo.
Para as instituições encarregadas de armazenagem, processamento e disponibilização da informação aos usuários, surgiram inúmeras questões relacionadas à racionalização de esforços, a trabalhos cooperativos, ao compartilhamento de recursos, evidenciando um contínuo repensar de papéis e responsabilidades, com o objetivo comum de preservar e tornar acessível a informação produzida internacionalmente.
      Os estudos e foros de discussão na área da Ciência da Informação sobre o assunto têm levado a se considerar, sob uma nova ótica, a questão da manutenção de acervos e o acesso à informação, surgindo, como conseqüência, propostas de biblioteca eletrônica, biblioteca virtual, biblioteca digital, entre outras, que já pressupõem todo o trabalho prévio de automação de catálogos e de acesso on-line a bancos de dados.
      Nos países avançados, algumas iniciativas permitem visualizar os primeiros resultados, podendo-se citar, por exemplo, a Bibliotheca Universalis, em preparo na França, que dará acesso às obras principais do patrimônio cultural e científico mundial, com imagens digitalizadas e acessíveis aos usuários através de redes. Nos Estados Unidos, foi constituída a National Digital Library Federation (NDLF), com renomadas instituições participantes, cujo objetivo é tornar disponíveis ao usuário os recursos de informação digitalizada. 
      Nas regiões em desenvolvimento, contudo, pelas próprias condições ainda heterogêneas de suas bibliotecas e de redes de comunicação, torna-se imprescindível em primeira mão redimensionar os serviços bibliotecários, direcionando-os para um cenário mais definido de planificação de acervos, de controle bibliográfico, de formação de bases de dados nacionais e regionais, de aperfeiçoamento dos profissionais da informação, preparando-os para o trabalho em redes e sistemas de informação, bem como para a interconectividade com outras organizações.
      Nesse contexto, verifica-se que no Brasil ações significativas têm sido aplicadas ao aperfeiçoamento dos recursos de acesso e tratamento da informação nas bibliotecas ­ com ênfase na automação de acervos e serviços, segundo as normas e procedimentos internacionais de descrição bibliográfica e intercâmbio de dados ­ que possibilitarão o advento das bibliotecas eletrônicas e virtuais a médio prazo e das bibliotecas digitais a longo prazo. 

Remodelação do banco de dados bibliográficos Dedalus como um canal de provimento da informação em formato eletrônico 
Todas as ações administrativas atuais do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi/USP) estão voltadas à implementação dos serviços bibliotecários na Universidade de São Paulo, em consonância com a sua  missão de apoio bibliográfico ao ensino e à pesquisa desenvolvidos na instituição. A atualização e a adequação dos recursos de automação constituem o suporte para o provimento da informação, com valor agregado, ao usuário, seja pela consulta on-line ao catálogo do sistema (Dedalus), seja pelo acesso on-line e em CD-Rom a bases externas, catálogos coletivos, publicações eletrônicas e outros, na própria biblioteca ou remotamente, nos laboratórios de pesquisa da universidade, na residência de docentes, nos postos especiais de acesso na universidade (em residência de estudantes, etc.). Para tanto, há toda uma infra-estrutura de prestação de serviços aos usuários (atendimento de referência, empréstimo, empréstimo-entre-bibliotecas, comutação bibliográfica, para citar alguns), que possibilita o acesso prioritário às informações do acervo, mantido e atualizado de acordo com as necessidades da instituição. Tornam-se assim indispensáveis o gerenciamento e a implementação de serviços bibliotecários por profissionais capacitados, com o objetivo de otimizar o uso dos recursos disponíveis de informação nas bibliotecas da universidade. 

      Disponibilização de acesso à informação 

 Atualmente, o acervo total da universidade, constante nas bibliotecas do sistema, é de 3.474.025 volumes, distribuídos entre livros (40%), teses  (4%), periódicos (37%), multimeios (7,5%) e outros materiais (11,5%). Tem sido dada ênfase à aquisição de publicações em suportes eletrônicos, principalmente no que se refere a bases de dados externas, encontrando-se atualmente cerca de 250 títulos disponíveis em meio eletrônico.
Utilizando, inicialmente, software desenvolvido in house e hardware Burroughs/Unisys, o Banco Dedalus conta com 1.356.550 registros armazenados e está disponível para consulta na SIBiNet (Rede de Serviços do SIBi/USP), através da USPNet (Rede da USP) e da Internet, por meio dos endereços: Telnet server.usp.br   -  login dedalus   ou  http://www.usp.br/sibi/sibi.html
      Paralelamente à aquisição de software, hardware e outros equipamentos previstos no projeto, foram desenvolvidas as seguintes providências técnicas: a) ajuste do formato bibliográfico dos registros armazenados, para formato internacional de intercâmbio (Marc) (3); b) customização do novo sistema e migração dos registros do Banco Dedalus, utilizando normas técnicas internacionais de intercâmbio de dados bibliográficos; c) instalação do sistema operacional Unix e preparo da infra-estrutura de redes, com modernos sistemas de comunicação (protocolos TCP/IP, Z39.50, etc.)
      Foi, também, efetuada a conversão retrospectiva (4) dos registros do  Dedalus, através dos serviços do Online Computer Library Center (OCLC), de Ohio, EUA, permitindo complementar os dados faltantes da catalogação em  formato Marc, de parte expressiva dos registros do módulo Monografia (do qual constam Livros e Outros Materiais não-periódicos), por processo automatizado, contando com recursos financeiros provenientes de The A.W. Mellon Foundation, dos Estados Unidos. 

      Considerações finais

      A adoção de normas e padrões internacionais, no tratamento da informação e no intercâmbio de dados bibliográficos, constitui a principal base para a   atualização e a agilidade dos serviços bibliotecários em todo o mundo, com  o objetivo de concretizar a interconectividade das instituições, ampliar a   abrangência de acesso à informação e otimizar o atendimento das demandas  dos usuários.
      Os catálogos on-line e em CD-Rom, as publicações editadas em meios eletrônicos, os modernos processos de digitalização de textos e imagens vieram acrescentar novas opções de acesso remoto à informação, levando à  criação das bibliotecas "sem paredes" e trazendo nova feição às coleções, com a diversificação de suportes. Portanto, as organizações mantenedoras dos acervos bibliográficos mais representativos, na qualidade de  depositárias das coleções, e/ou direcionadas ao ensino, pesquisa e  atendimento à comunidade, automatizados ou em processo de automação,   deverão estar voltadas também a essa nova realidade.
      Os avanços tecnológicos trazem benefícios incalculáveis para o acesso à  informação, mas exigem recursos financeiros suficientes, capacitação  profissional e decisões acertadas para o sucesso das iniciativas levadas a  efeito. Cada vez mais torna-se imprescindível o trabalho bibliotecário cooperativo e compartilhado, no estabelecimento de programas e projetos interinstitucionais, na planificação e preservação de coleções, na construção e manutenção de bases de dados na participação em redes e  sistemas de informação e no aperfeiçoamento dos profissionais envolvidos nessas atividades.
      Assim, portanto, num momento em que os países da América Latina se  preparam para a interconectividade com outras instituições, fica registrada a iniciativa da Universidade de São Paulo, ao promover o aperfeiçoamento do nível de seus serviços bibliotecários e, especialmente, de seu Banco de Dados Bibliográficos (Dedalus), capacitando-o para atender as exigências atuais de acesso e intercâmbio da informação, dentro das normas técnicas e políticas tecnológicas internacionais vigentes para a construção de uma Biblioteca Virtual.